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Enquanto o mundo
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Por acaso conheço o sorriso largo e a vastidão dos versos de Carlos Roque há 30 anos. Por acaso líamos poemas nas praças quando mais jovens. Por acaso passamos a saber um da poesia do outro nos longes da vida. Mas não por acaso considero esse arquiteto de formação um poeta extraordinário. Todo amante da literatura reconhece e admira grandes escritores por diferentes razões. Que eles sejam consagrados ou não é só uma contingência. O que importa é como os poetas dizem o mundo e diagramam sua linguagem com palavras e silêncios. Então digo sem reservas que, como toda boa poesia, a estética visceral e imagética de Carlos Roque é incomparável em si mesma por ter sua própria carnadura concreta. O fazer poético do autor transborda e nos transporta como se fosse Sankofa, o ideograma africano do pássaro que voa para o futuro com a cabeça voltada para o passado. Sua poesia tem alma transitiva e corpo original, com rupturas sintagmáticas de que derivam múltiplos sentidos. Ele cumpre de diversas formas o que João Cabral de Melo Neto, o poeta arquiteto, dizia ser o propósito de todo artista: criar um objeto que provoque emoções. E se, como bem define João Cabral, o ato de escrever é análogo ao ato de catar feijão, não encontramos nesse primeiro livro de Carlos Roque nem palha nem eco, antes mastigamos com prazer o feijão que nutre e a pedra que instiga, que é risco calculado. Enquanto o mundo é um belíssimo projeto (po)ético, que nos faz completar uma volta de 360° para no fim não sermos mais os mesmos: para voltar ao cais / é preciso singrar os quintais / e ultrapassar o trópico das cercas / é preciso dizer nunca mais / para o sabor do sal /e para o apagar das velas. Valéria Paz
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