Fantasia para Saxofone soprano e pequena orquestra de Villa-Lobos: Aspectos contextuais e análise estrutural do primeir
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Apesar de seu apreço pelo instrumento, Villa-Lobos compôs apenas uma obra tendo o saxofone como solista. Sua Fantasia para saxofone soprano e pequena orquestra (1948) foi dedicada a Marcel Mule (1901-2001), o fundador da escola francesa, considerado um dos pilares do estabelecimento do saxofone como instrumento sério e da consolidação de seu repertório na primeira metade do século XX. Le Maître não chegou a tocar a Fantasia de Villa-Lobos. A despeito disto, a obra tornou-se canônica no repertório do saxofone e sem dúvidas a mais importante obra escrita para o soprano. [...] O autor apresenta um recorte sobre o primeiro movimento, do qual faz uma análise detalhada envolvendo aspectos estruturais, rítmicos (em destaque a polirritmia e a assimetria), fraseológicos e harmônicos. Chama a atenção para possíveis pontos de contato com o jazz, apontando semelhanças entre a composição de Villa-Lobos e obras de Dave Brubeck (e Paul Desmond, saxofonista com participação destacada no quarteto do pianista norte-americano). Os dois jazzistas, não por acaso, são conhecidos por uma confluência (apropriando-me do conceito de Clarence Stuessy) entre música clássica e jazz. O texto de José de Carvalho traz ainda uma comparação entre a versão original da Fantasia e a publicação comercial de 1963 pela Southern Music Publishing Co.. Além da já conhecida mudança de tonalidade (originalmente a obra fora escrita um tom acima), são apontados os conflitos entre as versões.
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