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O Eixo Do Seixo
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1593_9788591310616
em poesia, penso que o ideal é depurar: se não para ficar bom, no mínimo para ficar curto o eventual e abnegado leitor agradece. acho que certa clareza de propósito é igualmente sempre bem-vinda – lógico, se o que se pretende é algum nível de entendimento (o que não quer dizer – muito pelo contrário – apreensão automática ou satisfação fácil, assim como ser claro não significa ser óbvio, é óbvio). (...) lograr singularidades poéticas lúcidas ou elucidáveis (e não lograr o próximo com o inacessível – do hermético ao caótico – e a dificuldade gratuita... ou, no outro extremo, com a facilidade gratuita) a mim me parece o permanente desafio. (...) diferentemente da prosa, a poesia é – ou deveria ser – concebida para ser ouvida antes que lida: som e sentido, sentidos. (...) assim, a exemplo de maiakóvski, alheio aos metros e atento aos ritmos (que, etimologicamente, origina “rima”), atendidos os quesitos iniciais, considero um bom poema aquele que “soa bem” (e se não, com uma intenção... poética: nunca confundir efeito e defeito), do contrário será qualquer outra coisa (mesmo que esteticamente válida), salvo poesia... sua função? sem grandes rodeios: afirmar ambiguidades. versa sobre tudo, serve para nada (já que não serve a nada). é inútil e inevitável tanto quanto a vida é imperfeita e absurda. exata na indefinição, absoluta e incompleta fatura e fratura. (...) comecei tarde e por injunções. inábil e desleixado. não bastasse, por brincadeira, fui irresponsável o bastante para publicar. um mau passo a rogar penitência... enfim, continuo cometendo alguma poesia. com mais cautela e sem pressa. do jeito que posso e, por ora, me agrada tentar. aqui vai o resultado.
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