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O Homem E O Rio
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apresentação na arrumação de meus papéis (que não são poucos, tanto os papéis quanto a desordem em que eles estão inseridos) deparei-me (confesso isto com a maior naturalidade do mundo, e não discuto o mérito disto) com a extrema necessidade de pensar e de sentir o pensar em parar de sentir. deparei-me com aquele sentimento suprareal que, às vezes, nos vêem sob forma de idéia e nos martela a alma a ponto de esmiuçar o espírito até que este, sem forças, entrega-se ao ato inspirador e leva o homem a entregar-se também à inadmissível tarefa de arriscar-se. não se há de negar que o homem, com todas as implicações de inferências de sua vivência absolutamente humana tende, em sua primeira tarefa criativa, a refletir para a obra a humanização de sua vivência, ou seja, procura de todas as maneiras, mesmo que de forma maneirista, levar para a obra o seu reconhecimento humano. sei que não é hora de discutir estas afirmações o momento é de compreensão. e muito embora esta compreensão seja menos conclusiva, a assertividade do homem deve levá-lo a aceitar suas próprias motivações, ou, as motivações que o motiva a viver e criar deve leválo a assertividade da vida. deve levá-lo a associar-se à vida e esta à sua obra. isto adquire uma capital importância tanto na vida do homem quanto nas descobertas que ele chega (quer de forma intrínseca, quer de forma extrínseca). este foi o grande mistério que me envolveu no ato criatório de o homem e o rio. mas logo vi, que em toda a minha vida, e, do mesmo modo, em toda a minha criação poética, não havia ambivalência alguma entre uma e outra. tudo era nítido, visível e transparente. pois, como diz pessoa: o poeta superior diz o que efetivamente sente. o poeta médio diz o que decide sentir. o poeta inferior diz o que julga que deve sentir. o próprio pessoa arremata: nada disto tem de ver com a sinceridade. diante disto, pus-me a traçar os primeiros versos do que agora é o homem e o rio. um livro que fala, naturalmente,
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