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A Crítica da Moralidade: identidade moral, tragédia e responsabilidade ética
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A tragédia e o arrependimento são resquícios morais da racionalidade prática que nos protegem contra o otimismo artificial de tipos específicos de teorias éticas e morais. A compreensão dos indivíduos participantes da prática como pessoas passíveis de sentimentos e projetos pessoais próprios é necessária para o desenvolvimento de teorias morais que não sejam descoladas da realidade. Pessoas não podem ser entendidas como agentes morais descolados de uma realidade material, e razões para agir não podem ser oferecidas de forma verticalizada e completamente externalizada como forma de alienar os indivíduos de suas crenças e projetos pessoais próprios, pelo menos não sem causar dano ou negligenciar sua identidade moral. Tanto o utilitarismo quanto a moralidade kantiana buscam apresentar sistemas de racionalidade prática, e ambas falham no mesmo ponto: são teorias que não respeitam a integridade pessoal dos agentes, ou seja, são teorias que não respeitam as crenças, sentimentos morais e projetos pessoais do indivíduo. O utilitarismo negligencia o caráter moral das pessoas, ao passo que a moralidade kantiana aliena o agente de si mesmo. Diante dessas falhas, é possível argumentar que falta, aos dois projetos filosóficos citados, uma ideia. Essa ideia é o diagnóstico mais básico que o mundo existe para além da moralidade, e as pessoas, boas ou más, também.
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